segunda-feira, 21 de maio de 2018

Endoideci de amor por ti

Quase parece título de canção mas é tão somente o estado em que me encontro nesta manhã de Maio. Há três noites que não durmo com o barulho do meu coração. Acelera, desacelera, dá cambalhotas dentro do peito e corta-me a respiração. Dilui-se em emoções que me chegam à garganta sem que eu as saiba pronunciar. Nem escrever me ajuda mais. Trocam-se os dedos e a agiganta-se a vontade de desatar a correr para junto de ti. Endoideci de amor. Deixei-me embriagar por este sentir que pensava adormecido ou mesmo apartado de mim. De repente, num rasgo de lucidez [ou de perda dela] fez-se luz nesta alma com sombras e descobri, entendi que eras tu. Eras tu. Eras tu. Por quem tanto tempo esperei. Por quem tanto tempo ansiei. A quem escrevi cartas de amor mesmo sem ainda saber o teu nome. A quem me confiei por inteira mesmo sem saber se chegarias até mim. Endoideci de amor. E o que mais me custa nesta minha loucura que sabe tão bem, é a incerteza de também tu compactuares comigo nesta insanidade, é a incerteza pautada pela tua indiferença, ou medo, ou confusão, que não te deixa aproximar. Não tenhas mesmo pois esta loucura é das boas, daquelas que dá para rir e amar sem medida. Endoideci, é verdade. E só queria poder dar-te a mão, olhar-te nos olhos e partilhar contigo todos os mundos, todas as cores, todos os versos, todos os risos, todo o amor que tenho em mim.

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