tag:blogger.com,1999:blog-4348894891596220402024-03-05T05:10:04.008+00:00há amores assimCatarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-58097016408933086442018-12-30T22:18:00.000+00:002018-12-30T22:19:14.060+00:00crónicas d'algibeira | 1<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A vida ensina [e ensina tanto] que o tamanho dos espaços e a duração do tempo é uma utopia, uma ilusão fabricada no sótão proibido da alma. A vida ensina que não somos os bens que temos, mas os sonhos que acalentamos [como disse, há nove anos, a Susana, essa mulher-cheia-de-sonhos que tanto me inspira]. Que, por vezes, temos de abrir mão da vida que planeámos para podermos viver a vida que nos aguarda [de braços abertos e </span>pozinhos<span style="font-family: inherit;"> de perlim-pim-pim]. Que, se custa a nossa paz e horas de sono, então é muito caro. A vida ensina que os melhores presentes são obra do acaso [um acaso muito duvidoso, tal é a perfeição]. Que, se nasceste para escrever poemas e criar a tua vida, não podes querer fabricar dias em série só porque deve ser assim. Que nada é nosso, tudo é um empréstimo temporário com juros que podem ser muito altos. A vida ensina que devemos ser leves, pôr o coração ao alto, com verdade e essência, usufruindo com alegria e respeito das dádivas que ela nos dá. Que não adianta querer possuir o mundo de fora se não formos capazes de criar o nosso mundo de dentro. Que mais vale um sonho na mão do que uma algibeira cheia de dias vãos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-62960376380681113332018-12-30T22:13:00.003+00:002018-12-30T22:13:59.970+00:00No teu ombro<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Quero encostar a minha cabeça no teu ombro e ficar. Descansar os meus dias sempre tão cheios, o meu coração sempre acelerado, a minha alma sempre em desvario. Encostar a cabeça no teu ombro e drenar as tristezas que me consomem, as incertezas que me assaltam e os medos que, de quando em vez, teimam aparecer. Quero ficar assim, nesse calor, nessa paz que sinto contigo, nesse recanto de mundo que me acolhe e me suporta. Respirar o teu perfume, fazer dele bolha de oxigénio para </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">quando o ar me faltar. Afagar com o meu rosto a tua pele, fazer dela o meu chão quando a vida me falhar. Sentir o bater do teu coração, ao compasso do meu riso desconexo, e fazer dele o meu reflexo, a minha luz no escuro, o meu mapa de estrelas, a melodia que me indica os lugares onde pertenço e aqueles para onde devo ir. Quero encostar a minha vida toda no teu ombro, e deixar-me ficar como quem espera o comboio da felicidade, como quem vê jardins de mil flores, como quem olha para o pôr-do-sol e tem a certeza de que amanhã ele voltará a nascer. Porque a vida é feita de ciclos e de acasos e tu és a prova de que, depois de tanto caminhar, cheguei a casa. Quero encostar-me no teu ombro, fechar os olhos e agradecer a todas as divindades [existentes ou não] pelo presente tamanho que foste e és para mim.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicaENZnxOa8zaP4D8B2YqEayz85HkKYiQ43DhRDal2Px2XzS1_2XxXGgy6tQQcorzxpEURBhVR59LSYCGi49BIPkAZmw6T4zK5sgcEVjWXfm0UYadEnEVclQnQLhFBjkOBDHX02bfQV7NN/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicaENZnxOa8zaP4D8B2YqEayz85HkKYiQ43DhRDal2Px2XzS1_2XxXGgy6tQQcorzxpEURBhVR59LSYCGi49BIPkAZmw6T4zK5sgcEVjWXfm0UYadEnEVclQnQLhFBjkOBDHX02bfQV7NN/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-54369476602127902282018-12-30T22:12:00.004+00:002018-12-30T22:12:57.818+00:00Pele<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">A tua pele cheira a distante, a infinito, a um mundo novo onde acabei de entrar. Cheira a canela e a outono, guardando em si a ternura do aconchego que me envolve e me sossega. Tem mapas desenhados, mapas de estrelas e sóis, de viagens que havemos de fazer e de caminhos que hão-de sempre trazer-nos de volta a casa. É um mar sem fim, a tua pele, onde mergulho sem medo, na certeza de que os teus braços e o teu amor irão suster as minhas quedas e sarar as feridas das minhas bata</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">lhas. É uma tela em branco, onde desenho abstratos coloridos, panóplia de cores sem sentido que me fazem sentir emoções que me devolvem à certeza de que está tudo bem, tudo certo, tudo alinhado segundo os pressupostos cósmicos. É um doce poema, a tua pele, o poema mais bonito, com versos que são melodia e me fazem dançar em rodopio, certa de que irei encontrar-te sempre nas voltas e contra-voltas da vida. Nessa pele onde perco os meus sentidos, a razão, a lucidez, onde sou inteira e por inteiro, onde inspiro e me inspiro no compasso acelerado dos nossos corações. Essa pele onde os meus dedos fazem magia, clareando os dias e ditando um futuro que será o presente mais bonito do mundo, adornado com a verdade que nos une, a essência a descoberto e a alma a postos para correr atrás de cada sonho que cruzar o nosso caminho. A tua pele, a minha casa, onde pertenço e recomeço.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgFtnsJvHJ8eqnL8lbZYB3BAjbFYgtr3o8QHY8Gmxqd80YdCjZ69RVUcKQNB68ml6dhcVtE1lROjTrFItlq_vNCwiwh7L7Mo-QF16QB6QRrDk4g8QWjmVu2dwAE7_CpZXoUVHaJWylwIu3/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgFtnsJvHJ8eqnL8lbZYB3BAjbFYgtr3o8QHY8Gmxqd80YdCjZ69RVUcKQNB68ml6dhcVtE1lROjTrFItlq_vNCwiwh7L7Mo-QF16QB6QRrDk4g8QWjmVu2dwAE7_CpZXoUVHaJWylwIu3/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-22579114802836828882018-12-09T23:16:00.004+00:002018-12-09T23:16:57.417+00:00Meu abraço-poesia<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Há abraços que são casa. E o teu abraço é uma casa. Uma casa de verdade, onde posso entrar sem cerimónia, trancar a porta e ficar nesse aconchego que me acolhe e me desarma. Um abraço onde posso ser por inteiro, despir as máscaras e os artifícios, expor as feridas e as maleitas, sem medo do teu julgamento, sem medo da minha culpa. Esse abraço onde posso ficar, apenas ficar, de olhos fechados, coração com coração, enquanto expiro as incertezas e inspiro essa esperança que o ca</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;">lor da tua pele me dá. Esse abraço onde me liberto, onde abro as asas sem medo e me atiro por cima de todos os sonhos nos quais acreditas tanto ou mais do que eu. Esse teu abraço tão doce, tão perfeito e tão cheio de nós. Esse abraço tão cheio de primavera, onde me perco por campos de girassóis. Esse abraço tão cheio de estrelas cadentes em noites frias de inverno, com a promessa de desejos cumpridos a cada amanhecer. Quem me dera ficar para sempre nesse teu abraço, nessa tua casa que já é minha. Fechar todas as janelas que nos ligam ao de fora, e voltar-me para o de dentro, onde a magia acontece, onde o tempo não tem tempo e o espaço é proporcional à grandeza dos nossos sorrisos e do nosso querer. Quem me dera ficar para sempre, enquanto o sempre fizer sentido, nesta paz em que me encontro, com o coração sereno e a alma em branco. E então escrever os poemas mais bonitos do mundo, todos os dias, todo o dia, nesse abraço-poesia.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-13678430854937626572018-11-27T12:14:00.000+00:002018-11-27T12:14:08.940+00:00crónicas soltas | 2<div style="text-align: justify;">
Estar contigo é estar em paz. Aquela serenidade que me contagia e me faz ver o mundo com olhos de (c)alma. Estar contigo é estar mais perto de mim também. Reconhecer-me, Redescobrir-me. E nunca, em momento algum, deixar de ser eu. Porque estar contigo é precisamente poder ser eu por inteiro, com tudo aquilo que me acrescenta e me define, com todos os maus feitios e teimosias. Estar contigo é estar enraizada numa terra que nos acolhe como se fosse natural, em anoiteceres de chuva e vento e o calor de um fogo brando que cresce no peito, em amanheceres de sol prometido, de brisa fresca, de recomeçar. Aprendi que afinal gosto de estar quieta no teu abraço. Estar apenas, naquele silêncio bom que o conforto traz, naquela casa de dois braços e tanta doçura, e tanta certeza. Estar contigo é estar presente, inequivocamente presente neste espaço de amor, de plenitude, sem passado nem futuro, apenas o agora, apenas o que temos e que é tanto e tão bonito. E deixar que a vida se faça lá fora, e que ciclos se fechem e se renovem, e que estações se sobreponham, e que risos ecoem bem alto, para lá do horizonte. Estar contigo é estar assim, nesta mistura de cheiros, toques, essências e bem-querer.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfpqQQv-7WwUXnyhYOWJd7JUuBIaArFc2At8tsLfkB3PA3RTGUkp2X8WviciTiaS67d8HZ1szWKfYdJKOxPqKFKNgLEZdQj6rgo53EV6bWPwGOLBdsZ45zzOVDV4HJiliNnjUpVjg2vEIq/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfpqQQv-7WwUXnyhYOWJd7JUuBIaArFc2At8tsLfkB3PA3RTGUkp2X8WviciTiaS67d8HZ1szWKfYdJKOxPqKFKNgLEZdQj6rgo53EV6bWPwGOLBdsZ45zzOVDV4HJiliNnjUpVjg2vEIq/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-19546586251343925322018-11-19T15:24:00.000+00:002018-11-19T15:24:12.256+00:00Acasos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #1d2129;">Encontrei-te nos acasos da vida, quando já nem acreditava em acasos, quanto mais em acasos felizes como tu. E esse breve acaso transformou-se num caso sério perante os meus olhos incrédulos e o meu coração naufragado em altos mares de medos e dúvidas. Porque acasos não existem e as coincidências não passam de cordelinhos entrelaçados por instâncias superiores [dizem os crentes]. Porque acasos não acontecem a pessoas com o coração gasto e cheio de cicatrizes feias, nem a almas</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"> feridas e escondidas atrás de uma capa de ferro. Acreditava eu que assim era, até ao dia em que, por acaso, cruzámos caminhos e tropeçámos naquilo a que chamam o espaço milimétrico entre um olhar e onde tudo pode acontecer. E esse acaso, que não foi por acaso, transformou-se em algo tão bonito, tão simples, tão nosso, que vivo na constante incerteza entre gritar aquilo que sinto ou guardar no lugar mais bonito de mim toda esta panóplia de sentir. Quando eu já não acreditava em acasos, tu chegaste e mostraste-me que há acasos mais bonitos do que todos os planos do mundo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEily1qRHNsAsgamjvStz4iDhhtrLz_VZLyubpxN6AwOwhQ9C9lkUiyCjXi_HmANksPmmQglZXA_c5cmtqwB8XRcz9OTQwYA_9-lkX7WREi_LS1v2G7IuqVvThWVmOPgywk_qGKuN4_h_Oh8/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEily1qRHNsAsgamjvStz4iDhhtrLz_VZLyubpxN6AwOwhQ9C9lkUiyCjXi_HmANksPmmQglZXA_c5cmtqwB8XRcz9OTQwYA_9-lkX7WREi_LS1v2G7IuqVvThWVmOPgywk_qGKuN4_h_Oh8/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline;"><br /></span></span></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-31075970332438460292018-11-19T15:14:00.000+00:002018-11-19T15:15:16.492+00:00crónicas soltas<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Poder ser quem somos.
Talvez seja essa a magia de qualquer momento. E de qualquer relação. Podermos
ser quem realmente somos. Sem máscaras. Sem fogo-de-artifício. Sem
justificações. Sem medos. Sem querer agradar. Podermos ser essência e verdade.
E é aquilo que eu sinto contigo. Que sou. Eu. Apenas eu e tudo aquilo que me
caracteriza. O meu feitio estranho. As minhas gargalhadas sonoras. O meu riso
fácil. A minha </span>obsessão<span style="font-family: inherit;"> pela arrumação. A minha metodologia parva em querer
combinar as cores e arrumar as coisas segundo uma ordem pré-definida. A minha
teimosia. As minhas justificações para tudo. O meu lado do contra. As minhas
teorias. Os meus sonhos megalómanos. O meu feminismo. As minhas posições pró e
anti. A minha </span>esquisitice<span style="font-family: inherit;"> com a comida. (E com a música. E com as séries. E com
os filmes. E com a sociedade em geral). O meu inconformismo. O meu lado </span>revolucionário<span style="font-family: inherit;">-cómico. O meu lado zen. As minhas contradições. Os meus
silêncios. As minhas lágrimas. Os meus fantasmas. Os meus medos. As minhas
cicatrizes. Aquilo que não quero dizer para não recordar. E aquilo que digo
para expiar. Poder ser quem somos, por inteiro, em verdade, é talvez a mais
bonita forma de amor (e de amar).</span></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiZRa4usm1TgBwbo-fuov7qg40L4EVYzNqbfBroYEvUh3YxHeWG-LKtG_tZdAH5NsDp-k_IF4VFZS8fbGaICGzhqSGKeVYKh0axaTOrV0ZzzZeBc7Knin9PZIKGBPweoLoCxXa5NKYJqcx/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiZRa4usm1TgBwbo-fuov7qg40L4EVYzNqbfBroYEvUh3YxHeWG-LKtG_tZdAH5NsDp-k_IF4VFZS8fbGaICGzhqSGKeVYKh0axaTOrV0ZzzZeBc7Knin9PZIKGBPweoLoCxXa5NKYJqcx/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-5286514813580881992018-11-11T15:32:00.001+00:002018-11-11T15:32:56.733+00:00Recomeço<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recomeçar. Essa ciclicidade permanente ao longo da vida. Começar. Viver. Terminar. Respirar. Recomeçar. Sempre a mesma sequência, embora com intervalos de tempo diferentes, se bem que o tempo é cada vez mais relativo e cada vez menos contabilizado. E esses recomeços, sem tempo nem espaço, estão sempre a acontecer. Mesmo depois de o nosso coração se jurar morto para sempre, fechado a sete chaves, há sempre um dia em que tudo recomeça. Como uma Primavera anunciada que faz abrir as janelas e deixa entrar a frescura das flores e o aroma dos frutos, também o coração se reabre e se cura e se recompõe, voltando a ser por inteiro, acreditando outra vez, sem medo de expor as cicatrizes, sem medo de ofertar a parte sã e imaculada, sendo grande a probabilidade de também esta vir a ser retalhada. Mas ele não se importa. É o recomeço. E tudo vale a pena. E tudo se coaduna e condiz e conspira para que assim seja. E que assim seja. Que seja mais um [de tantos] recomeço, mais maduro e sabido, menos expectante mas mais confiante. Que seja sempre a vida e o amor um recomeço de sementes que brotam da terra e se transformam em flores de muitas cores e em versos de muitos sabores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKv4laSiSUMJ-5VDQ1i6hv51URmHYL7sKnjOnpioQ3W1TRuUglpNSSAfxNOYmYtAS88ptzGfRlgQ3Vx3l12MBPvP_avgxzRWVRiuZxib_x3-WySUdznxqVp4quIOc3CtE0jv4THJe9Yu0R/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKv4laSiSUMJ-5VDQ1i6hv51URmHYL7sKnjOnpioQ3W1TRuUglpNSSAfxNOYmYtAS88ptzGfRlgQ3Vx3l12MBPvP_avgxzRWVRiuZxib_x3-WySUdznxqVp4quIOc3CtE0jv4THJe9Yu0R/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-43855129545989446502018-06-29T12:41:00.001+01:002018-06-29T12:41:18.279+01:00O fim de um amor<div style="text-align: justify;">
O fim de um amor não é um momento. É um processo. Um caminho. Lento. Árduo. Doloroso. Pejado de pedras e de areias fininhas que nos dão cabo dos pés e da alma. É uma espécie de intervalo na vida, em que sais da estrada principal para poderes percorrer o atalho que te rasgará e voltará a reconstruir-te. Quando um sentimento esmorece lá fora, agiganta-se cá dentro, transforma-se numa fera enfurecida pois não sabe mais para onde há-de ir ou a quem se deve dar. Acabar com um amor é quase como prender o coração numa camisa de forças e dar-lhe doses infinitas de calmantes na esperança de que ele se esqueça enquanto dorme e enquanto está confinado às suas próprias amarras. O fim de um amor requer paciência, a mesma que nem sempre estamos dispostos a cultivar, na pressa de saltar passos e chegar mais depressa [sendo que, na maioria das vezes, nem sequer sabemos onde queremos chegar]. O fim de um amor requer que nos abandonemos à profunda tristeza que o mesmo causou. Engolir as lágrimas de nada servirá. Mais vale chorar tudo de uma vez, assumir perante o nosso ego a mágoa que sentimos e que nos dilacera. Lamber as feridas causadas pela ausência. Arrumar o caderno preenchido pelas memórias, por mais que nos custe. Comprar meia dúzia de folhas em branco e começar a vislumbrar o que vamos lá escrever ou desenhar. O fim de um amor requer tenacidade perante a passagem dos dias e a escuridão das noites. Talvez o que mais custe sejam mesmo as noites, aquele momento em que o silêncio toma conta de tudo e em que conseguimos ouvir o choro sentido do nosso coração ferido. E dói [como dói] ouvir um coração a chorar. O fim de um amor é uma espécie de fronteira entre duas forças que guerreiam. A seu tempo, conseguiremos sair de lá e caminhar em direcção ao recomeço e à promessa do novo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Ob_h7hJdxdQdSSWKMGz-7xAEGC6X_D15WE-MDDo_ofn6UbZ8DsfnERPzwrmi2q-F2pXyIZNTT1V4qcBA2LNUd8mCVAnBuo0ZF5C-JsoTfIsdgIA2SSfVBBWbsFNvH4a9VYo91TGgMwfE/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Ob_h7hJdxdQdSSWKMGz-7xAEGC6X_D15WE-MDDo_ofn6UbZ8DsfnERPzwrmi2q-F2pXyIZNTT1V4qcBA2LNUd8mCVAnBuo0ZF5C-JsoTfIsdgIA2SSfVBBWbsFNvH4a9VYo91TGgMwfE/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
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Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-33092124779380022472018-06-24T22:02:00.001+01:002018-06-24T22:03:34.596+01:00[sem título]<div style="text-align: justify;">
Esperei por ti. Nos idos da madrugada. Nas tardes quentes de Junho. Nas manhãs frescas de orvalho. Esperei por ti. Paciente. Resistente. Sem nunca me cansar. Sem nunca colocar em causa a minha espera, o meu amor, a certeza de que voltarias. Esperei por ti como quem espera pela Primavera em flor, na certeza de que os campos vão renascer e de que as sementes darão os seus frutos cuja frescura matará a sede de beijos. Esperei por ti como quem espera pelas chuvas de Abril, que saciam a fome da terra e lavam os resquícios das guerras do amor. Esperei por ti. Sem medo. Certa e segura do meu sentir. Esperei por ti em todas as noites de solidão, em todas as cartas que te escrevi, em todos os versos que te dediquei. Esperei por ti em todas as telas que pintei, em todas as flores que plantei, em todos os pores-do-sol que testemunhei. Esperei por ti além do cansaço dos dias e da dor, além do peso das responsabilidades e do trabalho dos sonhos [afinal, fiz de ti o meu mais bonito sonho]. Esperei por ti como quem espera pela aurora da vida, aquele momento de luz em que tudo nos é revelado e em que fica sempre tudo bem, em que a vida se eterniza e a tristeza não tem lugar. Esperei por ti com o mesmo carinho com que esperava os presentes de natal, não porque ansiasse esses presentes mas sim porque eles eram sinónimo de lembrança e de amor. Esperei por ti com a mesma doçura com que esperava pela romaria da aldeia e pelo algodão-doce em demasia. Esperei por ti como quem espera pelas estrelas cadentes para pedir desejos, como quem corre atrás do arco-íris e do pote de ouro prometido. Esperei por ti como quem espera pelo presente mais bonito, pela canção mais perfeita, pelo beijo que matará todos os dragões e salvará todas as princesas guerreiras. Esperei por ti como quem espera pela liberdade, como quem espera pelo ar que salva, pelo colo que abriga, pela mão que compõe. Esperei por ti, mas tu não vieste. E foi tão longa a minha espera. Tão longa e dolorosa. Tão longa e solitária. Despersonificou-me. Reduziu-me ao mero papel de quem se esqueceu de viver para esperar. Fiz da minha vida um banco de jardim e deixei-me de lado. Esqueci-me de mim e gastei todas as forças a alimentar a esperança de que voltarias. Mas tu não voltaste. E eu cansei-me de esperar. Cansei-me de esperar por ti, não porque já não te ame, mas porque percebi que me amo. E este amor por mim pede-me que me escolha, que avance e que transforme este amor por ti em palavras e poemas.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7dARDH0XBi1q3FJ7K_nLeMQ4PKdAMuirzLDfeXXY1mmHzNr4dxTwMd5_EukA0SkFWpWE3xNAbs7xWDPWPz8rv7zSFCRKc5ghLLVL1K3g_bAM_Rbmc_XJNB7KpA-_da8gfdeAMzTit8CRp/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7dARDH0XBi1q3FJ7K_nLeMQ4PKdAMuirzLDfeXXY1mmHzNr4dxTwMd5_EukA0SkFWpWE3xNAbs7xWDPWPz8rv7zSFCRKc5ghLLVL1K3g_bAM_Rbmc_XJNB7KpA-_da8gfdeAMzTit8CRp/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-67480860113106861472018-06-18T22:22:00.001+01:002018-06-18T22:22:44.353+01:00Escrever para ti<div style="text-align: justify;">
Gosto de escrever para ti. Deixar fluir as palavras tão cheias de emoção. Acreditar que chegam a ti, serenas e seguras. Acreditar que as recebes com ternura. Gosto de escrever para ti, ao fim do dia, noite dentro, como quem limpa a alma do amor acumulado, como quem esvazia o coração do amor gasto, substituindo-o por amor fresco. Escrevo para ti como escrevia no meu diário de menina, fazendo-me por inteiro a cada frase, a cada verso, a cada vírgula ou a cada ponto final. Talvez seja esta a melhor forma de serenar o meu coração sempre tão descompassado, devolver-lhe o ritmo e fazer dele alcova de sossego. Talvez seja esta a forma mais honesta, clara e verdadeira de me expressar, de te dizer tudo aquilo que as palavras faladas não conseguem. Por isso digo, não raras vezes, que poderia escrever-te livros inteiros, bibliotecas inteiras, universos inteiros. Poderia passar todos os meus restantes dias a escrever para ti. E tenho a certeza quase certa de que ficaria algo por dizer. Porque este amor que me consome é como que indizível. É feito de luz e de sombras, de verão e primavera, de silêncio e melodias. É um amor antigo, crescido, ainda assim conservando em si o encantamento dos amores primeiros. É um amor de dentro, que vem das entranhas, do oco do coração, do ribombar do sangue, da inspiração mais profunda. É um amor diluído, que abrange e aperta, que afaga e afasta, que permanece e se desvanece nos dias que correm apressados. É, por isso, um amor que só as palavras conseguem expressar. Gosto de escrever para ti, acreditando que, um dia, irás ler cada uma destas palavras, consciente do quão solitária e inglória pode ser esta minha esperança.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOrZ0IN-G8Tv8KfVrR0TbVfySpSuoM8I6w7gH-Hn3vmNspwORzZgG7GSpSBRREyMy7_bdZ6pmylscPWQloeRpkO4fpcRRLdfgkDfjo6bkE04QAQA1pGrt10OEurd4WD3JXAuuJ4PRQeB-a/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOrZ0IN-G8Tv8KfVrR0TbVfySpSuoM8I6w7gH-Hn3vmNspwORzZgG7GSpSBRREyMy7_bdZ6pmylscPWQloeRpkO4fpcRRLdfgkDfjo6bkE04QAQA1pGrt10OEurd4WD3JXAuuJ4PRQeB-a/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-64240668646311471492018-06-14T10:18:00.001+01:002018-06-14T10:18:35.446+01:00Cartas da meia-noite<div style="text-align: justify;">
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</div>
Meu amor, mais um dia de ausência de ti. Sem o teu cheiro, Sem o teu toque. Sem o teu amor prometido. Mais um pôr-do-sol sozinha, na varanda lá de cima. Sim, converti a varanda num altar de contemplação do sol que diz adeus. Todos os fins de tarde, subo para lá, sento-me no chão, e fico a olhar. A olhar apenas, tentando esvaziar a saudade do coração. Espraio o olhar no horizonte e, por mais que tente, é impossível não desejar o teu ombro ali ao meu lado. É impossível não sonhar acordada e sentir que estás lá comigo, a olhar o mesmo sol que diz adeus, a partilhar o meu silêncio, esse silêncio que tanto diz, a entrelaçar os teus dedos nos meus e a fazer-me acreditar que não preciso de mais nada para ser feliz. Depois de o sol se pôr, sou inundada pela realidade, a mesma em que tu não estás. Desço as escadas e sento-me no último degrau. Alienada. Entre o sono e o sonho. Entre um meio sorriso de esperança e uma lágrima de dor. Paro o mundo de dentro e volto a deixar-me embrenhar e engolir por este amor que já nem sei se é amor sequer. Paro o turbilhão de sentir e é como se saltasse em queda livre para o abismo das coisas doces e suaves, das melodias baixinhas e dos desejos concretizados. Talvez esteja a ficar insana. Talvez este amor esteja a fazer com que perca a razão. Mas sabes uma coisa, não me importa minimamente. Afinal, sempre fui mais emoção do que razão, mais coração do que lógica, mais versos do que números. E escrever para ti é o que resta deste amor inacabado. Escrever para ti, na ilusão de que irás ler estas cartas, é o meu respirar fundo, a minha catarse, a esperança renovada, o acreditar desmedido, o amor aos gritos. Escrever para ti é a minha forma de ser mais feliz, mais inteira, mais real. E mais um dia chega ao fim, já sem sol, apenas com estrelas e uma lua envergonhada. Será que amanhã regressas?</div>
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Com amor,</div>
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C.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhngcEmzaXLr8cWLVoJuhnqZEgKc8Hc_xOMKm91eb8abuUa03qMOQA2cd7qSJcm4Y8CMkD75YbyqLDoHX7prZk4igG6u0gJc1nD89AE4tbv_rcflISCABVN5eowDAShbIJ0tf4thLAn9lOl/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhngcEmzaXLr8cWLVoJuhnqZEgKc8Hc_xOMKm91eb8abuUa03qMOQA2cd7qSJcm4Y8CMkD75YbyqLDoHX7prZk4igG6u0gJc1nD89AE4tbv_rcflISCABVN5eowDAShbIJ0tf4thLAn9lOl/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
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Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-19668991746127207342018-06-13T10:40:00.000+01:002018-06-13T10:40:53.438+01:00Desafio 1+3 | Uma peça de roupa<div style="text-align: justify;">
Lenços. Para usar no cabelo sempre comprido. Durante toda a minha adolescência e início da idade adulta usei lenços no cabelo, em forma de fita. Já era uma espécie de imagem de marca. Era até conhecida como a miúda dos lenços. Eram de todos os tamanhos e de todas as cores. Com padrões florais, às riscas ou simples, tinha para todos os gostos e para todas os estados de espírito. Éramos uma equipa vencedora, eu e os meus lenços. Foram testemunha de muitos momentos. Foram companheiros de aventuras, de viagens, de partidas e chegadas. Secaram algumas das minhas lágrimas. Eram presente certo no dia de aniversário e no dia de Natal [quem me conhecia na altura, sabia que oferecer lenços era uma aposta ganha].</div>
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Entretanto, cresci. Cortei o cabelo pelos ombros. E guardei os lenços numa gaveta, como quem guarda memórias queridas, como quem fecha um ciclo e segue em frente. De quando em vez, usos-os no pescoço e, muito raramente, no cabelo agora curto, mas não é a mesma coisa. A menina dos lenços ficou lá atrás, perdida entre recordações bonitas e doces e entre muitas dores de crescimento. Assim como assim, esta peça de roupa, que é mais do que isso, será sempre a minha preferida. Quem sabe, um dia destes, não voltarei aos lenços no cabelo, transformando os meus dias de mulher na eterna doçura de uma criança com todos os sonhos na palma da mão?</div>
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[Este texto está inserido no <span style="color: #38761d;"><b>Desafio 1+3</b></span> criado pela Carolina Nelas, autora do blogue <a href="http://www.thirteen.pt/" style="font-weight: bold;" target="_blank">Thirteen</a>.]</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie95Oo86MW9ZOlWVXLmRcxqb9y5flm9MsAcVDuW3h9Ams8yfqIJonRF6lNYVlDw-FAloTPzU1ZFwT1ZruXU0ktJ4CTr9oVo2gV1Ie_7L7pPnSYPCk8pXzurKoTX-AAtDe4I3mUQgBqwVYd/s1600/10ftcgy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="215" data-original-width="1531" height="55" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie95Oo86MW9ZOlWVXLmRcxqb9y5flm9MsAcVDuW3h9Ams8yfqIJonRF6lNYVlDw-FAloTPzU1ZFwT1ZruXU0ktJ4CTr9oVo2gV1Ie_7L7pPnSYPCk8pXzurKoTX-AAtDe4I3mUQgBqwVYd/s400/10ftcgy.jpg" width="400" /></a></div>
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Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-12720533079884465472018-06-11T12:11:00.000+01:002018-06-11T12:11:20.077+01:00Manual de instruções par curar um coração partido | 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW11kCJu3SXgs2TK_XbnIPPZL4YRMcsE-bGP3WWxSO1sShOILR-ah6m8hfcHh_VroUhWMbKwHTOTcVVRqWpKNqPKJ4cP4CQhbgeBC4lHEwVSbls6VC6fPGdK6iYvN_T7j-MM7vvQof7XTy/s1600/Emoji_u1f494.svg.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW11kCJu3SXgs2TK_XbnIPPZL4YRMcsE-bGP3WWxSO1sShOILR-ah6m8hfcHh_VroUhWMbKwHTOTcVVRqWpKNqPKJ4cP4CQhbgeBC4lHEwVSbls6VC6fPGdK6iYvN_T7j-MM7vvQof7XTy/s200/Emoji_u1f494.svg.png" width="200" /></a></div>
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<b>#liçãonúmeroum - Chorar</b></div>
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Crescemos com a ideia peregrina de que chorar é fraqueza. Nunca entendi, ou nunca quis entender, essa teoria. Sempre me rebelei contra tudo o que castrasse as emoções. E aprendi a chorar sempre que sentia a alma triste. Chorar faz bem. Limpa. Purga. É catarse. É um bálsamo para as feridas mais difíceis de sarar [as do coração]. As lágrimas salgadas adoçam as nossas mágoas, tornam-nas mais pequenas, tão pequenas ao ponto de se tornarem num ponto pequenino, uma cicatriz quase nula que apenas permanece para nos relembrar e ensinar. Chorar faz bem. deveria ter receita médica, aviada pelos doutores-amor desta vida. Deveria vir escrito no manual de instruções de cada um de nós, logo à nascença, quando o nosso primeiro grito é precisamente uma mistura de choro e contentamento. Como tal não acontece, decidi por vontade própria fazer do chorar a lição primeira do meu manual de instruções para curar um coração partido.</div>
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Se tens o coração partido, em muitos pedacinhos ou apenas em dois [sendo que uma, ou várias, das partes ficou do lado de lá, na vida de quem não te amou], tens todo o direito e legitimidade de chorar. Não reprimas as lágrimas nem tenhas vergonha. É melhor chorar agora do que, mais dia menos dias, morreres sufocada com a mágoa acumulada e bolorenta. Chora as tuas dores, o teu desamor, a rejeição, essa coisa que tanto dói chamada amor-não-correspondido. Chora a tua raiva enjaulada, o teu desespero e a tua falta de esperança. Chora a tua revolta e o teu não entendimento de porque é que te acontece sempre o mesmo. Chora durante o tempo em que sentires vontade. Tudo de uma vez. Com direito a nariz entupido e olheiras no dia seguinte. Com direito a socar almofadas e partir os bibelôs da mãe se preciso for. Faz essa limpeza interior. E quando todas as lágrimas tiverem caído, vais sentir leveza, uma leveza serena, uma paz interior. Uma espécie de epifania em que reconheces o teu valor, em que sabes que da tua parte deste tudo [e algo mais]. A mágoa ainda lá está. A dor também. E a saudade há-de chegar. Mas depois de teres chorado esse desamor, estarás preparada para começar a árdua tarefa de reconstruíres o teu coração. Com a alma mais leve e limpa, será mais fácil recomeçares, por dentro, no meio do caos. Chorar tem essa particularidade de arrumar do caminho a poeira que não nos deixa ver a saída. Depois, a pouco e pouco, aprecem pequenos raios de luz, que irão permitir-te enxergar onde cada pedaço desse coração partido deve encaixar.</div>
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Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-45348714309776810582018-06-08T11:20:00.003+01:002018-06-08T11:21:00.316+01:00Há amores que não se explicam<div style="text-align: justify;">
Há amores que não se explicam. São estranhos, irrisórios, improváveis. São amores que transcendem o corpo, o tempo e o espaço. Amores de sempre e para sempre. São amores que não precisam de fórmulas matemáticas ou intrincados de geometria para se fazerem entender. São amores afectos às palavras ternas e às melodias suaves que adoçam os dias e as quatro estações. Amores de muitas vidas, de tantas vidas, que não envelhecem nem se desgastam. Há amores que não têm guião nem ter de ser, nem se coadunam com o mundano ou com as linhas que os outros traçam para nós. Podem começar num simples olhar à revelia, num meio sorriso escondido, num toque acidental. Podem começar nas ruas de uma cidade perdida, entre quatro paredes sem janelas, num jardim de tulipas ou numa praia sem mar. São amores que vêm de cima, do abstracto, das nuvens, dos astros. São amores amigos do mistério intuitivo que tudo explica sem nada explicar. Amores que não se percebem, que não têm tradução nem chave-mestra que os possa deslindar. Amores que se desenham a lápis de cor, tão coloridos como telas, como primaveras enfeitadas por mil flores. São amores de além-ser, amores marcados na alma e no caminho mesmo antes de aprendermos a caminhar. São amores duais, uma bênção e um tormento. Por não terem definição é quase impossível dizê-los. Por não fazerem sentido é quase impossível fazer com que sejam sentidos. São também amores solitários, grandes demais para serem partilhados e entendidos até por quem tudo entende. Amores que se tornam segunda pele, segunda vida, aliados de todas as horas, ternura de todos os dias. Amores companheiros, fiéis escudeiros, chão firme para onde podemos fugir quando tudo é incerto. Amores que não precisam de mais nada além de duas almas desencontradas que finalmente se encontram.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEittRr_Tm-oaf2bx6orvF90hv3hmrjIm5pl2FtZaade4PbDhrW5KrXXKjBwak_EFh_22UIYgZ0Sz84lWgRSJk2oyJ3oHlbQWkL3f1QgBae2U658VXrGI5Jdz4s9n_DcD1cCajvaesWkfVd6/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEittRr_Tm-oaf2bx6orvF90hv3hmrjIm5pl2FtZaade4PbDhrW5KrXXKjBwak_EFh_22UIYgZ0Sz84lWgRSJk2oyJ3oHlbQWkL3f1QgBae2U658VXrGI5Jdz4s9n_DcD1cCajvaesWkfVd6/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
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Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-23187818492157556762018-06-07T10:49:00.002+01:002018-06-07T10:49:47.860+01:00O amor-perfeito escolheu ser flor<div style="text-align: justify;">
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Quase podia jurar que eras o meu amor-perfeito, que serias, para sempre, o meu amor-perfeito. Depois de um longo caminho, de muitas tempestades e de tantos desamores, cheguei a ti como se tivesse chegado a casa. Vi em ti porto seguro, terra firme, o pote de ouro que o final de arco-íris promete. Vi em ti jardim de alfazema, canteiro de ternura, prado de esperança. E acreditei, como quem acredita em dias de sol eterno, que serias o meu amor-perfeito, a minha história predilecta onde cada página tivesse o aroma do mar e cada capítulo encerrasse em si um final feliz. Vi em ti esse amor-perfeito que durante tantos anos ansiei, o mesmo amor-perfeito com o qual adornei os meus livros e todos os poemas que escrevi. Acreditei que eras e serias para sempre o meu amor-perfeito, delicado e colorido, resistente às intempéries e às sombras da alma em dias não. Como acreditei que fosses o meu amor-perfeito! Os teus braços seriam pétalas onde poderia repousar os meus medos e o meu riso e os teus olhos seriam fonte de água cristalina onde poderia saciar a minha sede e perder-me de amor. Mas o amor-perfeito que acreditei em ti ver não foi mais do que utopia, ilusão fabricada pelo meu coração sonhador. O amor-perfeito que quis que fosses não foi mais do que promessa anunciada, história de encantar daquelas que só existem nos livros e nos filmes de domingo à tarde. O amor-perfeito que acreditei ver em ti não foi mais do que um reflexo do meu desejo insano de amar sem medida, de me dar por inteiro, de me restaurar e recomeçar uma vida nova, sem dor, nem fantasmas no sótão, nem abandono, nem tapetes arrancados dos pés. O amor-perfeito que em ti vislumbrei não foi mais do que um sonho, aqueles sonhos que nos preenchem os vazios quando a vida nos falha. Acreditei que eras tu o meu amor-perfeito. Mas o amor-perfeito escolheu ser flor.</div>
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-zgY3mZaTe9zOtBgg9b4NEuZC_LyOcZwMROk0TSo6Ks_QwxkKWLyxvXfhlr2jmy1UydGE4gE0aL4_q5hVlWGM3f1P_6XEiSxhoUWnlFsVA_yM7Glc1Dfp2dTobFCra6eikjquCLDNZzFt/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-zgY3mZaTe9zOtBgg9b4NEuZC_LyOcZwMROk0TSo6Ks_QwxkKWLyxvXfhlr2jmy1UydGE4gE0aL4_q5hVlWGM3f1P_6XEiSxhoUWnlFsVA_yM7Glc1Dfp2dTobFCra6eikjquCLDNZzFt/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br /></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-27574885095784613282018-05-28T11:33:00.000+01:002018-05-28T11:35:16.405+01:00Amor | Indiferença<div style="text-align: justify;">
Durante muitos anos, acreditei que o contrário do amor era o ódio. Que o contrário das palavras boas eram as palavras más. Que o contrário do estar era o não [querer] estar. Durante muito tempo acreditei que assim era, que o contrário de um sentimento era outro sentimento, igualmente forte, igualmente avassalador, igualmente capaz de tirar o sono e transformar os dias num rebuliço. Entretanto percebi que não é bem assim. Entendi que o contrário do amor, daquele amor-paixão-capaz-de-nos-fazer-ir-à-lua-e-voltar-muitas-vezes, daquele amor-que-não-deixar-descansar-o-coração, não é o ódio. O contrário do amor é a indiferença, o tanto faz, o nem me lembro. E a indiferença dói tão mais do que qualquer ódio. Porque a indiferença é o espelho concreto e definido do não-quero-saber, do não-me-importa-minimamente. A indiferença é o tanto faz. É o ser absolutamente igual estares ou não estares. E acredito que, num amor nem sempre correspondido, é essa indiferença que mais dói. É a ausência de palavras, de um desculpa-mas-não-dá, que mais dói. É o seres tão transparente aos olhos de quem amas que mais dói. Atrevo-me mesmo a dizer que o que nos mata o amor é essa indiferença. E à medida que ela se agigante, o amor que sentimos vai recolhendo, diminuindo, até se transformar num ponto pequenino perdido naquilo que foi a ameaça de uma bonita história de amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxFGTkJOXKGNE583ZrSa1GAlXjRtkezU9mHYQQiZw-miumv6CYNXsW7y9SahEtbT8Y9ll6zce5ReMjucdbp6DNiU8aB-VezC6kKqOIvZ-CTSUfAtCf1OEaG5IA0CT9dcLpEhkuW0j8V7PJ/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxFGTkJOXKGNE583ZrSa1GAlXjRtkezU9mHYQQiZw-miumv6CYNXsW7y9SahEtbT8Y9ll6zce5ReMjucdbp6DNiU8aB-VezC6kKqOIvZ-CTSUfAtCf1OEaG5IA0CT9dcLpEhkuW0j8V7PJ/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-73320341870915993222018-05-25T11:21:00.000+01:002018-05-25T11:21:59.620+01:00Vai passar<div style="text-align: justify;">
Vai passar. Acredita que sim. Ainda vai doer, ainda vai sangrar, mas vai passar. As dores de amor deveriam ser proibidas de tão tontas que são. Porque o amor, a ser amor, não deveria doer, não nos deveria doer. Mas a verdade é que dói. E dói muito. E dói tanto! Mas são dores de crescimento, necessárias para que possamos dar o salto, fechar um ciclo, subir mais um degrau na escada da vida. São dores inevitáveis. Não há vacinas que possam imunizar-nos contra as dores do amor. A parte boa é que passa. Como tudo na vida. Hoje podes estar a chorar e a desejar arrancar o coração do peito e atirá-lo na correnteza do rio, na esperança de que ele to devolva mais sólido. Hoje podes desesperar e jurar que vais morrer sufocada pela dor desse amor. Podes mesmo prometer a ti mesma e ao mundo que jamais voltarás a amar, que agora é de vez, que não queres voltar a entregar o teu coração. Vais sentir isso tudo e muito mais. Vais sentir que não queres mais continuar, que a vida perdeu o brilho. Vais sentir-te a pior pessoa à face da terra, a mais feia e moribunda, a mais desinteressante e desgraçada. Mas sabes uma coisa? Vai passar. Pode demorar alguns dias, alguns meses ou até mesmo alguns anos. Mas, um dia, vais acordar e perceber que ainda estás viva. Vais perceber que, afinal, o teu coração está inteiro outra vez, com algumas cicatrizes de guerra, é certo, mas inteiro. Vais levantar-te, olhar-te ao espelho e perceber como és bonita, como irradias luz. E vais voltar a sorrir e esse teu sorriso será capaz de albergar o mundo inteiro. Vais perceber que aquela dor tão forte e lacinante desapareceu, transformou-se em sabedoria e em maturidade. Vais até ser capaz de perdoar quem tanto te magoou. E vais seguir em frente, com fé renovada e uma mão cheia de esperança. É este o sentido das coisas. Cais e levantas-te. Desanimas e reanimas-te. Amas até doer o coração e voltas a amar, uma e outra vez, enquanto esse coração te bater no peito.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrkfBp13azjZvMQfEjRdtWE0ESgOrRZjxMpKbasNdwWHKsWuuGk5A_BtdW4IAXykgbeE_tX4MwzXd_QNSbgT7muyJLuxJ-m3-3zUESFGwMXsjK0rZ-9BBTmoLJ03urwVELP41K8oCM-q6j/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrkfBp13azjZvMQfEjRdtWE0ESgOrRZjxMpKbasNdwWHKsWuuGk5A_BtdW4IAXykgbeE_tX4MwzXd_QNSbgT7muyJLuxJ-m3-3zUESFGwMXsjK0rZ-9BBTmoLJ03urwVELP41K8oCM-q6j/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-61432098817400644212018-05-24T12:41:00.000+01:002018-05-24T12:41:40.775+01:00Um refúgio pode ser apenas o recanto entre o roupeiro e a mesinha de cabeceira<div style="text-align: justify;">
Quando era criança, sempre que me chateava com o mundo ou o mundo se chateava comigo, sempre que não era correspondida nos afectos ou sempre que fazia ou dizia algo politicamente incorrecto, escondia-me no recanto entre o roupeiro e a mesinha de cabeceira do quarto dos meus avós. Era o meu refúgio, o lugar que me abraçava e protegia. Era o meu esconderijo, onde me sentava com a cara nos joelhos, fechava os olhos e acreditava que, assim, o mundo não mais iria olhar para mim, nem julgar-me, nem apontar-me o dedo, nem rir-se de mim. Naquele espaço tão pequeno e tão quente, eu podia reconstruir o meu mundo de dentro. De olhos fechados, via só os sonhos e sentia em mim a certeza de que, ali, naquele bocadinho de chão, tudo estava bem, tudo estava em paz. Não raras vezes a minha avó encontrava-me, puxava-me para ela e deitava-me no seu colo. Dizia que ia ficar tudo bem. Que ia passar. Que as lágrimas não caiem para sempre e que as feridas também se curam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Há já algumas noites que me sento no chão do quarto [agora do meu], no recanto entre a secretária e a janela. Tento fazer de conta que aquele é também um refúgio, mas não é. Não é a mesma coisa, não me transmite a mesma segurança, nem o mesmo conforto, nem aquela certeza doce de que estou protegida de todo o mal. E num tempo em que já não há refúgios assim, resta-me fazer do meu coração o lugar onde posso esconder-me e a partir do qual posso renascer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghlYnpQtyu0-5UnxyQoY7VDbUDeSyicd7xexF2Y3NOSqcC5wfyyzKQD4XbxZr_Z8uzAWyCR3CEQc5964rXKn7xguYE9ZwktbG8ooLqStS37i3VOMEBbW3206Fj2-MTqPh34ppQ0qFMNJAJ/s1600/separador.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="132" data-original-width="1600" height="32" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghlYnpQtyu0-5UnxyQoY7VDbUDeSyicd7xexF2Y3NOSqcC5wfyyzKQD4XbxZr_Z8uzAWyCR3CEQc5964rXKn7xguYE9ZwktbG8ooLqStS37i3VOMEBbW3206Fj2-MTqPh34ppQ0qFMNJAJ/s400/separador.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-36202768088359381102018-05-23T11:27:00.001+01:002018-05-23T11:28:04.418+01:00Síndrome da eterna adolescente<div style="text-align: justify;">
Quando sou assomada pela ansiedade e fecho os olhos, volto a ser a menina de quinze anos. Dou por mim naquele meu jeito entre o medo de ser e a vontade de me expressar. Sou outra vez a adolescente com os olhos pintados de preto [sempre em demasia] que escrevia poemas nas aulas de matemática enquanto olhava pela janela e desejava voar, qual pássaro enjaulado dentro de si próprio. Fecho os olhos e ainda sou muito essa menina a quem tiraram o chão e a quem a solidão engoliu. Coração descompassado e paixão fácil mas duradoura. Com medo de si própria e dos fantasmas que lhe consumiam as noites e os dias. Amante das letras, porém confinada a um laboratório de ciências cujos cheiros provocavam náuseas e onde o amor era expiado em todas as cores oferecidas pela junção de químicos num tubo de ensaio. Há dias em que sinto que, no fundo, terei sempre um quê dessa adolescente deslocada. Ainda sinto que me falta muito tempo até ser grande. Ainda gosto de ouvir as minhas músicas no meu canto, enquanto invento histórias de amor na minha cabeça. Ainda gosto de me sentar no chão a escrever versos. E ainda me apaixono irremediavelmente, como se o mundo fosse acabar se eu não sentisse esse amor. Tantas vezes ouvi que tinha de crescer que agora, já crescida, continuo a sentir-me mais nova do que sou, mais miúda do que mulher, mais filha do que possível mãe, mais pé no chão do que salto alto. Talvez seja a síndrome da eterna adolescente, com a leveza e a graça que isto do passar dos anos confere.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWHi09-k3VhCIaeyMxl-YCRoi5dwgwNY46SQZz8qm5jTPVZ9rOnUHuwUk2UIna9h1dWFDE5pPpXzXKxbpJAiVqpijPPzzfPmmk_f6FWhgPy33VTew33-sDb_MDYZyYkarZIXTQWwHmz8Tx/s1600/separador.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="132" data-original-width="1600" height="32" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWHi09-k3VhCIaeyMxl-YCRoi5dwgwNY46SQZz8qm5jTPVZ9rOnUHuwUk2UIna9h1dWFDE5pPpXzXKxbpJAiVqpijPPzzfPmmk_f6FWhgPy33VTew33-sDb_MDYZyYkarZIXTQWwHmz8Tx/s400/separador.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-31135939384977797942018-05-23T11:27:00.000+01:002018-05-23T11:27:33.125+01:00Porque também gosto de ser desafiada | Sunshine Blogger Award<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI4YwTcsU4BO3kvYfkTpvnGnqAXEY9ap7pOx6O-IZY556uiGrdXNvpwF-8JPkXspd5HNE-8flXvDOlU7m4a93QPQ3Qf22TYgsDZo4yZ_d4jQ1e5ffFlubA0DeIs1vzBBg7PMnr0jilk3zR/s1600/Sunshine-Blogger-Award.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="348" data-original-width="564" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI4YwTcsU4BO3kvYfkTpvnGnqAXEY9ap7pOx6O-IZY556uiGrdXNvpwF-8JPkXspd5HNE-8flXvDOlU7m4a93QPQ3Qf22TYgsDZo4yZ_d4jQ1e5ffFlubA0DeIs1vzBBg7PMnr0jilk3zR/s400/Sunshine-Blogger-Award.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje não vamos falar de amor, nem de saudade, nem de emoções. Ou, pensando melhor, iremos mesmo falar de tudo isso. Desafiada pela querida <a href="http://margaridapestana.pt/" target="_blank"><b><span style="color: #6aa84f;">Margarida Pestana</span></b></a> - fotógrafa talentosa, caçadora de sonhos e escritora de emoções - irei responder a este desafio com todo o coração. Obrigada Margarida querida, por esta nomeação e pela possibilidade de poder conhecer e interagir com outras pessoas queridas e talentosas que por cá andam neste mundo de letras. E obrigada, acima de tudo, pela possibilidade de voltar atrás no tempo, onde a blogosfera era pautada por coisas simples e giras como esta, sem a obsessão dos "likes" desta vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Regras do Sunshine Blogger Award</b></div>
<div style="text-align: justify;">
1. Agradecer à blogger que nomeou</div>
<div style="text-align: justify;">
2. Responder às 11 questões feitas</div>
<div style="text-align: justify;">
3. Nomear 11 bloggers e fazer 11 perguntas</div>
<div style="text-align: justify;">
4. Colocar as regras e o logótipo no post</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>1. O que é que consideras ser importante num blog para que o sigas?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A verdade. A autenticidade. O amor que transparece em cada palavra, em cada partilha. Eu acredito que isso transparece. Quando colocamos as nossas emoções e o nosso coração naquilo que escrevemos, é quase impossível que a pessoa que lê não sinta isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>2. Achas que existe competição na blogosfera? O que achas disso?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Se estivermos a falar de blogues mais comercias, digamos assim, sim, acredito que haja competição. Da mesma forma que há competição entre empresas, também há competição entre blogues que são, no fundo, o trabalho de muitas pessoas. Se a competição for saudável e numa perspectiva evolutiva, não vejo problema.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span>
<span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>3. O que achas que podia melhorar a imagem que a sociedade tem dos bloggers?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O conteúdo. Precisamos de blogues com conteúdo e não apenas de catálogos de roupa ou produtos de beleza. Há espaço para tudo, mas acredito que um bom conteúdo, escrito com coração e verdade, faz falta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>4. Como seria o teu mundo ideal?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Eu sou uma idealista por natureza. O meu mundo ideal seria um mundo equilibrado, abundante, sereno e pacífico. Seria um mundo com mais alma e menos ego, com mais amor-próprio e pelos outros e com mais compaixão. Um mundo onde as pessoas não tivessem medo de correr atrás dos sonhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>5. Indica três palavras que te definam enquanto pessoa.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Sonhadora. Doce. Verdadeira.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>6. Indica três palavras que representem o teu blog.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Amor. Saudade. Emoção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>7. Onde te vês daqui a 5 anos?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Daqui a cinco anos terei trinta e cinco. Gostaria muito de estar estável a nível profissional, ter a minha casa-refúgio na minha aldeia-dos-sonhos, continuar a escrever e começar a pensar na possibilidade de ser mãe.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>8. O que precisas para ser feliz?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Preciso de cada vez menos para ser feliz. Estar com as minhas pessoas. Acordar e tomar o pequeno-almoço de frente para a janela, da qual vejo o horizonte. Contemplar o pôr-do-sol. Deitar-me na minha varanda, nas noites quentes de verão, a olhar as estrelas. Comer gelado. Beber limonada. Ler, descobrir livros novos. Sentar-me no jardim e ficar assim, embrenhada no meu silêncio e no meu coração.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>9. O que sentes que falta na blogosfera portuguesa? </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Como já disse anteriormente, falta conteúdo vindo directamente do coração. Ultimamente, as pessoas têm como que receio de escrever o que sentem. De repente, instalou-se uma quase obrigatoriedade de que tens de estar sempre bem e feliz e "om shanti, shanti" e ai de ti se te sentes tristes. As pessoas não têm de ter medo de expressar as suas emoções. É através dessa expressão, seja através da escrita, da música ou da pintura, que o negativo é transmutado em positivo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>10. Como vês a blogosfera daqui a 10 anos?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Gostava muito que houvesse mais blogues pessoais, como há uns anos. Que as pessoas escrevessem por prazer e não por obrigação ou para receber dividendos. Não sei se será esse o futuro da blogosfera, mas gostava muito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>11. Diz-me uma coisa que mais gostes no teu trabalho enquanto blogger.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;">Expressar as emoções. É através das palavras que, muitas vezes, devolvo a luz ao meu lado sombra (aquele que todos temos mas que poucos conseguem aceitar e transformar).</span></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><u>As minhas perguntas</u>:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><b>1. O que te levou a criar um blogue?</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><b>2. Prosa ou poesia?</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><b>3. Qual é o livro da tua vida?</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;"><b>4. Pôr-do-sol ou amanhecer?</b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; letter-spacing: 0.204px;">5. </span></span><span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;">Um dia perfeito é...</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>6. Um amor para a vida ou uma vida cheia de amores?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>7. Se a tua vida fosse um livro, qual seria o título?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>8. Canela ou chocolate?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>9. O que dirias àquela menina de quinze anos que foste um dia?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>10. Campo ou cidade?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><b>11. Qual é o teu maior sonho?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit; letter-spacing: 0.204px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Não vou conseguir nomear 11 blogues pois, além de não seguir assim tantos, alguns já foram nomeados. Assim sendo, vou nomear três blogues que já acompanho há muito, muito tempo, desde o tempo em que os blogues eram diários cheios de coisas banais, bonitas e com sentido:</div>
<span style="color: #6aa84f;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://o-meu-reino-da-noite.blogspot.pt/" target="_blank"><b><span style="color: #6aa84f;">O Meu Reino da Noite</span></b></a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.killyourbarbies.com/" target="_blank"><b><span style="color: #6aa84f;">Kill Your Barbies</span></b></a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://asminhaspequenascoisas.blogspot.pt/" target="_blank"><b><span style="color: #6aa84f;">As Minhas Pequenas Coisas</span></b></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-72778224800839061102018-05-21T12:09:00.001+01:002018-05-21T12:09:59.589+01:00Endoideci de amor por ti<div style="text-align: justify;">
Quase parece título de canção mas é tão somente o estado em que me encontro nesta manhã de Maio. Há três noites que não durmo com o barulho do meu coração. Acelera, desacelera, dá cambalhotas dentro do peito e corta-me a respiração. Dilui-se em emoções que me chegam à garganta sem que eu as saiba pronunciar. Nem escrever me ajuda mais. Trocam-se os dedos e a agiganta-se a vontade de desatar a correr para junto de ti. Endoideci de amor. Deixei-me embriagar por este sentir que pensava adormecido ou mesmo apartado de mim. De repente, num rasgo de lucidez [ou de perda dela] fez-se luz nesta alma com sombras e descobri, entendi que eras tu. Eras tu. Eras tu. Por quem tanto tempo esperei. Por quem tanto tempo ansiei. A quem escrevi cartas de amor mesmo sem ainda saber o teu nome. A quem me confiei por inteira mesmo sem saber se chegarias até mim. Endoideci de amor. E o que mais me custa nesta minha loucura que sabe tão bem, é a incerteza de também tu compactuares comigo nesta insanidade, é a incerteza pautada pela tua indiferença, ou medo, ou confusão, que não te deixa aproximar. Não tenhas mesmo pois esta loucura é das boas, daquelas que dá para rir e amar sem medida. Endoideci, é verdade. E só queria poder dar-te a mão, olhar-te nos olhos e partilhar contigo todos os mundos, todas as cores, todos os versos, todos os risos, todo o amor que tenho em mim.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnNg6_ta1jFkkW4tyMgaJzUBlehnTzEyG7EAQjjtqJkR3DKYSTX4tdWDgibEb2nmJxa9IhX65cao9Al0nA1LlEMZ_diJuN5JJTpad3l0UnTiQRqcjjCXYSfWC3UzO0Lun3u9AclmspV6hH/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnNg6_ta1jFkkW4tyMgaJzUBlehnTzEyG7EAQjjtqJkR3DKYSTX4tdWDgibEb2nmJxa9IhX65cao9Al0nA1LlEMZ_diJuN5JJTpad3l0UnTiQRqcjjCXYSfWC3UzO0Lun3u9AclmspV6hH/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-66634793358735013802018-05-19T23:46:00.001+01:002018-05-19T23:46:59.584+01:00Fora de Horas<div style="text-align: justify;">
Escrever para ti é a única forma que encontrei de expressar através das palavras o sentimento que tenho sufocado no peito. Não sei se irás ler mas isso não tem importância. O que importa é que não quero correr o risco de morrer afogada nas palavras que te quero dizer. Porque este turbilhão de emoções tira-me o sono, a fome, o ar. Este turbilhão de emoções, ao qual não consigo dar nome, tem preenchido os meus dias e esvaziado a parca esperança que me resta. É-me difícil entender como não te apercebes, como não notas, como não sentes isto que sinto por ti. É-me difícil entender a tua indiferença, o teu tanto faz, o teu faz-de-conta-que-não-sei. E a cada palavra que não dizes, há um bocadinho deste amor que morre. E a cada sorriso que me negas, há um bocadinho deste coração que esmorece.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando te vi pela primeira vez tive a sensação de que tinha chegado a casa. Sim, tinhas aroma de casa e tudo em ti parecia familiar e acolhedor, tal e qual uma sala quente numa noite de inverno. O teu olhar fez-me reconhecer o amor que já conhecia e, por breves instantes, deixei o coração sair do eixo e atirei-me de cabeça, na certeza de que não haveria chão duro onde cair ou mal algum que lhe pudesse acontecer. Joguei todas as cartas, toda a esperança e todo o amor. Escrevi-te frases bonitas, poemas sentidos. Tentei tocar o teu coração e fazer-te lembrar de mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas tu não me reconheceste. Não te lembraste da minha pele e muito menos da nossa história prometida. A tua alma não quis a minha. E viste em mim tudo aquilo que eu não sou. Viste apenas a excentricidade dos meus vestidos, que uso para colorir a minha vida. Viste apenas a minha maquilhagem exagerada, que uso para esconder a minha dor. Viste apenas o meu falso charme, que uso para camuflar a minha insegurança. Viste apenas o meu aparente desinteresse, que uso para não me fragilizar. Talvez tudo isso te tenha causado medo. Ou talvez tenhas visto mais além. Talvez tenhas visto as minhas sombras e os meus fantasmas. Talvez tenhas reparado que o meu coração não é por inteiro e sim uma reconstrução tosca, com cicatrizes várias e estórias não tão bonitas. Talvez tenhas notado os sulcos das muitas lágrimas que já chorei. Talvez tenhas percebido que, por vezes, sou mais forte do que aquilo que sou e tenho mais medos do que aqueles que digo. Talvez tenha sido tudo isso. Talvez não tenha sido nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E nesta dança de faz-de-conta, os meus dias transformam-se em páginas em que tu assumiste o papel de personagem principal, enquanto eu me afogo em letras pretas e neste sentimento que te quero cantar e não consigo. E nestas noites de insónia, dou por mim no limbo entre o sono e o sonho e tenho a sensação de que, a qualquer momento, chegarás para me dar a mão e dizer que está tudo bem. Meu amor, quem me dera poder chamar-te para sempre meu amor. Enquanto não posso, resta-me esta expiação de sentir, este libertar como quem respira pela primeira vez, esta esperança absurda e tão pequena de que serás o meu príncipe encantado e eu serei a eterna menina dos livros que te escreve cartas de amor.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZfMf2fPjxVNMSETJ0DgArBVDmJVAzqNtBXofAGI4TKFMbUPC1VhkR0NeFjQTxuE9jroNSPLVRVAJ38pMFdkcBifuI1mIloIhL_rJ60g-8hmxzEjSv2eRrPADBDCA1UL4zQgL5WpkJKItn/s1600/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="81" data-original-width="650" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZfMf2fPjxVNMSETJ0DgArBVDmJVAzqNtBXofAGI4TKFMbUPC1VhkR0NeFjQTxuE9jroNSPLVRVAJ38pMFdkcBifuI1mIloIhL_rJ60g-8hmxzEjSv2eRrPADBDCA1UL4zQgL5WpkJKItn/s400/separador+%25281%2529+%25281%2529.png" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-48542915872517693452018-05-17T09:37:00.002+01:002018-05-17T09:38:15.502+01:00Cansada de morrer de amor<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Morrer de amor e ressuscitar, tantas vezes, cansa. Quebrar o coração e voltar a colá-lo cansa. E por maior que seja a minha fé e o meu optimismo e o meu acreditar que desta é que é, há dias em que acordo profundamente cansada, profundamente exausta, com o coração a meus pés e eu sem vontade de voltar a pegar-lhe ao colo. Morrer de amor é como morrer um bocadinho de verdade. Esmoreces, deixas-te cair, quebras-te em pedaços pequeninos. falta-te o ar e quase podes jurar que desta é que vais passar para o lado de lá. Mas nunca passas. Porque o morrer de amor necessita da tua vida para que possas aprender, para que sejas obrigado a retomar a tua forma e o teu caminho. Mas morrer de amor, tantas vezes, acaba por nos matar um bocadinho a alma. E deixa-nos cansados. E, a cada amor que morre dentro de nós, há uma faísca de fé que se apaga.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje acordei profundamente cansada de morrer de amor. Cansada de ter de me reerguer a cada falhanço. Cansada de ter de fazer cara alegre para o amor que passa e não fica. Cansada de dizer que está tudo bem, que mais amor menos amor não faz diferença. Cansada de dizer que já passou, que estou pronta para outra, que venha o próximo [amor] e a próxima [desilusão]. No entanto, tal como as flores secas renascem na primavera, irei ressuscitar outra vez. Irei apanhar os cacos e colá-los com paciência e ternura. Irei recolocar o coração no seu devido lugar. Irei voltar a acreditar, uma e outra vez, até que todas as luzes se apaguem e não haja mais vidas para gastar. Porque talvez seja este dar em demasia, este amar desenfreadamente, este jogar todas as cartas e todas as emoções de uma só vez, este morrer de amor de forma contínua, que me mantém à superfície, que me dá sentido aos dias. Resta saber até quando a fé vai vencer o cansaço.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-434889489159622040.post-15731035301040250552018-05-15T22:44:00.001+01:002018-05-15T22:44:51.974+01:00Saudade antecipada e essa tristeza de não ter perto quem gosto<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Não gosto de ausências. Não gosto do não estar. Não gosto de distância nem de fronteiras. Não gosto de ter as minhas pessoas longe de mim. E não há chamadas, mensagens ou outras coisas que tais que as abençoadas novas tecnologias inventaram para encurtar a distância, que consigam atenuar a saudade. Porque sou de abraços. Porque sou de olhos nos olhos. Porque sou de voz ao vivo. Porque sou de todas essas emoções que só o perto permite. Porque tenho essa necessidade quase fisiológica de ter perto quem amo. Porque me salta o coração do peito a cada despedida, a cada até já, a cada rasgar do céu num golpe de asa. Sou assim, de afectos pele na pele. Não sei ser de outro jeito. E isso custa-me horas de sono, lágrimas de saudade e aquela vontade louca de pegar no mundo inteiro e abaná-lo até colocar tudo no seu lugar. Não gosto de ausências. Ponto.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxipBqrytoExP7CxFx0LbXirYzcHs4ANgfBusrchKdajiYcYGbwALOz_ztQuoYAgsIJpdUzi26OAkXfqVJk5HQZf04Zz9U1vNo7PV79pjsqMvbnys5nyKmphv35Cr3F7DZpjq3Soo0choA/s1600/745af2ce4ebc02c1d5f7a8f1e858286c.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="770" data-original-width="1000" height="153" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxipBqrytoExP7CxFx0LbXirYzcHs4ANgfBusrchKdajiYcYGbwALOz_ztQuoYAgsIJpdUzi26OAkXfqVJk5HQZf04Zz9U1vNo7PV79pjsqMvbnys5nyKmphv35Cr3F7DZpjq3Soo0choA/s200/745af2ce4ebc02c1d5f7a8f1e858286c.png" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Catarina Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/14987949769390873984noreply@blogger.com0